Redes sociais, telas e crianças: como estabelecer um limite seguro

Com a globalização e o surgimento das redes sociais, essas plataformas passaram a fazer parte do cotidiano da sociedade e principalmente das novas gerações que tendem a ter mais afinidade  e acesso à internet e os diversos aplicativos desse meio.

Segundo a pesquisa “Crianças Digitais”, realizada pela empresa de segurança cibernética Kaspersky, 73% das crianças do Brasil ganham o primeiro smartphone ou tablet antes dos 10 anos. Além disso, 49% delas utilizam esses dispositivos pela primeira vez antes dos 6 anos.

A pesquisa também identificou que 56% das crianças possuem algum perfil nas redes sociais, como Instagram, YouTube, Tik-Tok, WhatsApp, etc.   

Outro dado importante revelado pela pesquisa, está relacionado ao tempo de tela: entre os brasileiros, 18% das crianças passam mais de 4 horas do dia conectadas à internet. 

No entanto, mesmo que a internet e as redes sociais seja um recurso fundamental para o desenvolvimento da sociedade e a disseminação, quase que instantânea, da informação, é importante saber utilizar essa plataforma com cuidado e atenção, principalmente quando falamos de crianças. 

O excesso pode trazer algumas consequências negativas para o desenvolvimento social, pessoal e psicológico das crianças, por isso, é necessário que os pais fiquem atentos.

 

Como as redes sociais e o tempo de tela interferem no desenvolvimento infantil?

Confira os principais problemas que podem ser desencadeados pela exposição em excesso às telas e outras tecnologias:

 

Dificuldades motoras

O uso excessivo das redes sociais e das telas de celulares e computadores, podem interferir diretamente na coordenação motora global das crianças, já que quando as crianças passam muito tempo em frente do celular ou computador, deixam de fazer atividades ao ar livre como correr, brincar, pular, entre outros. 

 

Transtornos de ansiedade e depressão

Segundo estudos realizados pela Universidade Estadual de San Diego em conjunto com a Universidade da Geórgia, crianças que passam muito tempo em frente às telas, têm maior probabilidade de desenvolver transtornos de ansiedade e depressão.

Por exemplo, crianças que passam mais de 7 horas por dia nas telas tinham mais probabilidade de desenvolver distúrbios em comparação a quem tinha exposição de apenas uma hora.

 

Transtornos de sono e alimentação

O uso excessivo das redes sociais pode afetar o sono ao estimular a criança a passar mais horas em frente a tela para ter a diversão desejada. Assim como pode acontecer com a alimentação, que pode ser deixada de lado.

 

Queda no rendimento escolar

A queda no rendimento escolar pode acontecer por diversos motivos, como reflexo dos problemas de sono. Porém, também é possível que as crianças deixem de dedicar o tempo necessário aos estudos enquanto passam mais tempo diante das redes sociais.

Também existem casos em que o uso de aparelhos eletrônicos acontece no próprio colégio, desviando a atenção das aulas. Por isso, é fundamental ter regras bem estabelecidas e manter um controle sobre a utilização dos dispositivos.

 

Dificuldade nas relações sociais

O excesso do uso das redes sociais também pode prejudicar as relações sociais, visto que muitas crianças podem deixar de interagir com a família ou os amigos durante o cotidiano, para priorizar o acesso à interação virtual, provocando o isolamento dessas crianças.

Além disso, a tendência de criar relacionamentos e contatos apenas virtuais podem desencadear dificuldades para a interação social pessoal, refletindo em problemas para se comunicar corretamente, se expressar e gerar outras consequências no comportamento e na rotina da criança.

 

Qual a idade correta para as crianças terem acesso às redes sociais? 

Em termos legais, a idade mínima para criar contas nas plataformas digitais é estipulada a partir dos 13 anos, podendo haver mudanças segundo a legislação de cada país. No entanto, isso pode ser avaliado por cada família.

Além disso, associações como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orientam um período de tela saudável para cada faixa etária, evitando, problemas de saúde, desempenho escolar e sociabilidade. Confira: 

  • Crianças menores de 2 anos: evitar exposição às telas, mesmo que de forma passiva;
  • Entre 2 e 5 anos: limitar a uma hora por dia, sempre com supervisão de um adulto;
  • Entre 6 e 10 anos: limitar o tempo de tela a uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão;
  • Entre 11 e 18 anos: manter a exposição às telas entre 2 a 3 horas por dia, com supervisão. Evitar deixar que os adolescentes virem a noite em jogos e outras atividades do tipo.

 

Como limitar o uso de redes sociais e telas das crianças de uma maneira saudável?

  • Ofereça opções de atividades fora do mundo virtual;
  • Incentive a criança a praticar esportes;
  • Converse e explique as razões para o uso ser controlado;
  • Escolha opções de conteúdos que agreguem na qualidade de vida e educacional das crianças;
  • Supervisione o uso das redes sociais, evitando, conteúdos impróprios para a idade da criança;